Convido-te a reclamar menos (...).
- Jéssica Caroline
- 29 de set. de 2015
- 2 min de leitura

E ela vivia reclamando, digamos que reclamava de tudo por ser detalhista observadora
e principalmente chata.
Porém, o jeito dessa mulher é totalmente único é algo que não se encontra em outras,
e mesmo que encontre não será tão prazeroso de assistir a graça e o brilho que ela
esbanja.
O seu jeito de reclamar era incrível, era tão observadora que se a ponta da capa do
sofá tivesse desajeitada ela conseguia ver a tantos metros de distancia, coitado de
nosso gato peteleco vivia sempre dormindo no tapete da cozinha por não poder se
quer chegar perto do sofá.
Suas reclamações seguiam acompanhadas de muitos berros e caretas e eu sempre
as ouvia de cabeça erguida, feições sérias e com o olhar petrificado achava tudo
aquilo um grande espetáculo. Era sensacional quando resolvia brigar da mesma forma
na qual era bruta tentava se policiar em cada palavra que dizia, e aquilo me deixava
ridiculamente bobo.
Em tantas noites te observei em seu profundo sono, o formato do seu rosto, sua pele
macia e seus cabelos pretos me encantavam, o som da sua risada era fascinante.
Lembra, quantos eu te amo eu lhe disse e você saia reclamando de perto de mim,
aquilo me matava eu sempre achava que não era bom o suficiente para ti ou que não
te fazia feliz. Sempre fiz de tudo por você até o que eu não gostava somente para te
agradar, mas em forma de agradecimento recebia tantas reclamações suas que com
um tempo desanimei.
Vinte e um de agosto estava um dia frio você se levantou para tomar banho, enquanto
isso preparei seu café da manha preferido suco de laranja e panqueca de chocolate,
ao lado da cama deixei o jornal do dia aquele que você costumava a ler e em seguida
a escutei reclamando que eu tinha voltado a deixar minhas coisas espalhadas pelo
banheiro e gritou dizendo que não queria um café da manha só para tenta-la agradar
disse coisas horríveis, e assim caminhei até a porta a elogiei pela roupa que vestia e
fui trabalhar.
Quando você retornou ao quarto viu a grande surpresa que eu tinha preparado, a
cama repleta de rosas e ali no meio estava o peteleco deitado com uma caixinha de
alianças presa em sua coleira, havia um bilhete ao lado dizendo “QUER CASAR
COMIGO?”. Havia também passagens aéreas para passarmos nossa lua de mel em
Verona na Itália cidade de Romeu e Julieta. Quando me ligou dizendo o tão sonhado
SIM que eu queria ouvir algumas lagrimas cairão e decidi fazer o retorno para
encontra-la.
Apenas senti o impacto da batida, um caminhão acertou em cheio o meu carro
infelizmente nem eu e nem o motorista do outro veiculo sobrevivemos.
Fui falho em muitos sentidos, andei em tantos caminhos desorientado e perdidamente apaixonado por você, me doei ao máximo que pude e o arrependimento nunca se quer apareceu.
Agradeço pelos bons momentos nos quais tive a grande oportunidade de viver ao seu
lado, carinhos, abraços apertados e beijos apaixonados fizeram parte do nosso conto
de fadas e é claro das nossas brigas por motivos idiotas, mas que terminavam em
brincadeiras imbecis.
Sendo chata ou não te amo de todas as maneiras imagináveis.
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