Não estou amando ninguém...

Sabe quando o coração está vazio ao ponto de você não encontrar sentido mais nas músicas que tanto gosta? Domingo em casa, liguei o computador e já busquei o youtube na expectativa de ouvir minhas músicas preferidas. Do sertanejo mais sofrência, aos pagodes antigos mais românticos, não me vi cantando com tanta intensidade.

Música para mim define o momento que estou vivendo, de acordo com o que estou sentindo e me permitindo nesse mundo. É como se a música falasse por mim e meus sertanejos não estão conseguindo. Sabe quando você busca na sua memória alguém do presente para fazer aquela música ter um motivo para estar tocando?

De tanto colecionar decepções eu aprendi a não ficar muito tempo presa em um sentimento. Entendi que as lembranças boas devem ser guardadas e as ruins jogadas fora de uma forma que jamais voltasse sabe? A verdade é que eu não estou sabendo lidar com a falta de um amor.

Eu acho que sou um pouco masoquista, daquelas pessoas que preferem estar amando mesmo com a falta de correspondência do que não sentir o friozinho na barriga que é amar alguém. Sinto falta de uma mensagem bonita com um convite sincero para um encontro após a minha aula, ou uma mensagem com um link de música que diz: essa me fez lembrar você.

Faz quase um ano que o que eu jurava ser o amor da minha vida não faz parte mais das minhas rimas mais perfeitas. Não sei se um dia ele vai voltar e nem sei quem está por vir. Se eu pudesse coordenar o tempo de Deus eu atrasaria tudo mais não deixaria nenhum amante da vida esperando um amante de alma.

Como diz o Padre Fábio de Melo, seria o tempo o sacerdote das divinas causas e se quiser perder-se no tempo: ame. Isso porque o amor sempre faz com que nos percamos no tempo, nos sentidos, nos detalhes. Eu não estou amando ninguém, mas como amante da vida acredito que o tempo seja ilimitado para quem não tem medo de sofrer e se permite sempre amar.